Resistência à ofensiva contra a Petrobras é também uma das principais bandeiras, porque está na pauta do Congresso Nacional a proposta de alteração do regime de partilha.
por Eduardo Maretti, da RBA publicado 10/08/2015 18:28
São Paulo – Entre as entidades e lideranças que estão organizando as mobilizações para as manifestações do próximo dia 20, pelos direitos ameaçados no atual processo político e contra o golpe articulado por setores importantes da direita no país, representantes da juventude estão entre os mais aguerridos. “Dada a conjuntura acirrada neste início do mês de agosto, é preciso que as forças populares estejam nas ruas pautando a defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, a defesa da Petrobras, que são lutas que estamos fazendo desde março, e se colocam na ordem do dia”, diz Pedro Freitas, integrante do Levante Popular da Juventude.
Para Sarah de Roure, da Marcha Mundial das Mulheres, a mobilização do dia 20 “tem a ver com a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma, que está proposto pela direita, mas também tem a ver com o conservadorismo que tomou conta da política, da economia e da sociedade”. “Vamos às ruas no dia 20 contra o ajuste fiscal, mas também contra o golpe. Por direitos sociais, mas também em defesa da democracia”, resume.
Movimentos sociais, CUT, UNE, Unegro, MST, UBM e CTB, Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial das Mulheres, entre outros movimentos, vão às ruas dia 20.
Para a presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Angela Meyer, 20 anos, o principal objetivo da mobilização é a unidade em torno da defesa do mandato conquistado nas urnas pela presidenta Dilma Rousseff. “A mobilização e a unidade dos movimentos sociais são muito importantes para a defesa do projeto de nação que nós defendemos para o Brasil. Um projeto progressista, que contemple a todas as camadas da sociedade brasileira”, explica. “Nós sabemos que isso está em jogo, por isso é importante a nossa mobilização no dia 20 contra o golpe, fazendo a defesa constitucional do mandato da presidenta Dilma.”
Na opinião de Angela, os objetivos só serão alcançados com “a mobilização de todos os brasileiros e brasileiras que votaram nesse projeto, e que querem um Brasil melhor, a continuidade dos avanços que a gente teve nos últimos 12 anos”.
Para Sarah, da Marcha Mundial das Mulheres, a web é o contraponto com o qual os movimentos sociais contam na luta contra a mídia, considerando que os meios de comunicação tradicional já escolheram dar ênfase total às manifestações do dia 16, contra o governo Dilma. “Para nós, a internet é um instrumento fundamental, pelo papel que tem na vida das pessoas e pela autonomia que a gente tem na internet.”
Para ela, porém, o significado da mobilização do dia 20 é mais amplo do que simplesmente fazer uma “queda-de-braço” com a dos que se vestem de verde e amarelo. “Para nós, mais do que fazer uma queda-de-braço entre o dia 16 e o dia 20, a questão é o que significa o dia 20 do ponto de vista de reconstituir um sujeito político capaz de enfrentar o contexto que estamos vivendo? O dia 20 tem um caráter de afirmar a necessidade dos movimentos sociais e da esquerda brasileira de se reconstituírem e afirmar seus laços, para termos um sujeito político capaz de fazer enfrentamento na sociedade.”
Petrobras
Freitas, do Levante Popular da Juventude, destaca a defesa da Petrobras como uma das principais bandeiras na manifestação do dia 20, porque está na pauta do Congresso Nacional a proposta de alteração do regime de partilha. “A soberania nacional está ameaçada com esse projeto de desmonte de Petrobras e é necessário que as forças de esquerda se coloquem na rua contra isso.”
Em tramitação no Senado o PLS 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP), pretende “excluir a condicionante de participação mínima da empresa em, pelo menos, 30% da exploração e produção em cada licitação”, nas palavras de texto publicado na internet pelo site do Instituto Millenium.
Segundo Pedro Freitas, além de ser a maior empresa nacional e controlar a exploração de petróleo no país, a Petrobras “é um motor que permite o desenvolvimento de outras indústrias, como a naval e a de construção, toda uma cadeia produtiva”. Para ele, “a Petrobras está no foco da disputa”.
Fonte: Rede Brasil Atual