Paralisação planejada para durar até domingo impediu milhões de passageiros de viajar em todo o país e, segundo especialistas, pode reduzir crescimento da economia.
Milhões de pessoas tiveram dificuldades para se deslocar nesta terça-feira (05/05) em toda a Alemanha por causa da greve dos maquinistas da empresa ferroviária Deutsche Bahn (DB). Nas linhas de longa distância, apenas um terço dos trens estava em operação. Nas linhas regionais, a disponibilidade variou de 15% a 60%, dependendo da região.
O movimento atingiu com mais força os trens de mercadorias e o leste do país. Entre as regiões mais afetadas estão Berlim, Halle, Frankfurt e Mannheim. Na região de Halle, Leipzig e Dresden, somente 15% dos trens regionais, que interconectam as cidades e localidades dessa região, estavam operando.
A greve começou nesta segunda-feira, com o transporte de cargas, e foi ampliada nas primeiras horas desta terça-feira para o serviço de passageiros. A paralisação deve durar até domingo, o que pode torná-la a mais longa da história da empresa desde a privatização, em 1994. Desde que começou a disputa salarial entre maquinistas e a DB, já houve oito interrupções do serviço ferroviário na Alemanha.
Por causa da greve, muitas pessoas decidiram ir de carro para o trabalho, o que tornou o trânsito mais lento nos grandes centros urbanos.
O Sindicato dos Maquinistas Alemães (GDL, sigla em alemão) exige um aumento salarial de 5% e que a carga horária semanal seja reduzida em uma hora. A última oferta da Deutsche Bahn, de 4,7% de aumento e um pagamento único de 1.000 euros, foi rejeitada. Segundo o jornal Bild, a DB deve fazer uma nova proposta aos maquinistas nesta quarta-feira, visando um acordo com a categoria.
Economistas alertam que a greve pode desacelerar o crescimento da economia alemã. O custo da greve pode totalizar 750 milhões de euros caso ela dure mesmo uma semana, encolhendo o Produto Interno Bruto no segundo trimestre em 0,1 ponto percentual, segundo Stefan Kipar, economista do banco do BayernLB, sediado em Munique.
Já Jörg Zeuner, economista-chefe do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), disse que a greve apresenta um risco concreto. “Considerando a produção just in time e a imensa importância das ferrovias na entrega de mercadorias no país, a greve pode nos custar algum crescimento no segundo trimestre”, disse.
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