São 24 capitais com atos (agenda completa no final) contra o ajuste fiscal do governo e em defesa da Petrobrás e do mandato de Dilma. Confira abaixo os posicionamentos dos organizadores, na matéria de Rodrigo Gomes da RBA:
São Paulo – Movimentos sociais e centrais sindicais esperam milhares de pessoas na mobilização de hoje (13), em defesa da Petrobras, da democracia e de direitos trabalhistas e a favor da reforma política via plebiscito constituinte, que vai ocorrer em frente à sede da empresa em São Paulo, na Avenida Paulista, às 15h. As entidades rechaçam a ideia de impeachment da presidenta da República, Dilma Rousseff, e defendem que a corrupção na Petrobras seja investigada, mas que isso não pode ser usado como justificativa para propor a privatização da estatal.
“Queremos levar à sociedade a mensagem de que o país precisa de um plano de desenvolvimento nacional, e que a eleição já acabou. Esse é o momento de valorizar e defender a democracia e também a Petrobras, que é responsável por 15% da riqueza nacional”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.
No ato são esperados petroleiros, professores, bancários, metalúrgicos, sem-terra, sem-teto e estudantes. Além de São Paulo, haverá manifestações em outras 24 capitais (relação completa no final do texto). Com a mesma bandeira foi realizada nesta semana a Jornada de Lutas da Agricultura Familiar, com atos reunindo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens e a Federação da Agricultura Familiar (FAF-CUT) em todo o país.
Os organizadores enfatizam que a mobilização não tem por objetivo defender o governo, mas avaliam que as manifestações pelo impeachment da presidenta rifam a democracia. “Há tempos não temos uma ameaça tão violenta contra um presidente da República. Neste momento, defender o mandato da presidenta Dilma é defender a democracia brasileira”, disse o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes.
PROGRAMAÇÃO EM SP
O Dia Nacional de Luta em São Paulo começa com mobilizações a partir das 13h. A partir das 14h, no vão livre do Masp, a Apeoesp (professores da rede pública estadual) realiza assembleia estadual de campanha salarial. Às 15h, em frente ao prédio da Petrobras, na Avenida Paulista, 901 , haverá entrevista coletiva da qual participarão os organizadores do Dia Nacional de Luta, entre eles os presidentes da CUT e da CTB, Vagner Freitas e Adilson Araújo. Às 16h , os manifestantes seguirão em passeata até o Masp, onde encontrarão os professores. Em seguida, todos seguirão em marcha até a Praça da República.
A manifestação também mira o pacote de ajuste fiscal do governo federal, que pretende cortes de até R$ 22,7 bilhões nos gastos, as mudanças na concessão de seguro-desemprego (entre outros benefícios) e o Projeto de Lei (PL) 4.330/2004, que trata da terceirização. “Nós queremos um país que cresça, distribua renda, crie empregos. Não podemos ter uma política econômica que só aponte para cortes de gastos. Não podemos deixar avançar projetos que ataquem os direitos trabalhistas”, defendeu Freitas.
No tocante ao seguro-desemprego, as entidades opinam que o governo deveria punir as empresas que praticam demissões imotivadas e que contribuem para os altos índices de rotatividade. Já quanto ao PL 4.330, de autoria do ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), a exigência é o arquivamento da proposta. “Aprovar esse projeto é liquidar os direitos trabalhistas. O primeiro impacto vai ser uma violenta redução de salários e benefícios, além de ampliar a rotatividade”, analisou Gomes.
Provocação
Existe temor de que grupos anti-Dilma compareçam à manifestação de hoje para provocar militantes de movimentos e centrais sindicais. O presidente da CUT disse que a Polícia Militar e a Secretaria da Segurança Pública foram notificadas sobre o trajeto do ato e sobre as ameaças. “Esperamos que o poder público cumpra o seu papel de impedir atos de violência. Nós alertamos as pessoas que virão ao ato para não caírem em provocações, nem mexer com quem discordar de nós. Vamos fazer uma marcha pacífica”, dise Freitas.
Grupos que organizam atos pedindo o impeachment da presidenta nas redes sociais para domingo (15) estão convocando pessoas para a mobilização de hoje dos movimentos sociais e sindicais.
Mesmo assim, o militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Bruno Ferrari disse que as entidades estão confiantes de que o ato vai ser grande e tranquilo. “Nossa causa é clara. Queremos mudar muitas coisas, mas isso não pode ser feito de qualquer maneira, com violência ou afrontando a democracia”, afirmou Ferrari.
O MAB, o MST e a FAF realizaram ontem (12) um ato com 1.500 pessoas na sede da Secretaria-Geral da Presidência da República em São Paulo, também na Avenida Paulista, para reivindicar atenção do governo com os pequenos produtores rurais. Os manifestantes também realizaram um escracho na sede do HSBC, na mesma região, por conta do escândalo das contas secretas que o banco mantinha com dinheiro de corrupção e do crime organizado.
Além do ato de hoje, a CUT e outros movimentos e centrais estão organizando mais três mobilizações até 1º de maio, Dia do Trabalho. Na quarta-feira (18), haverá um ato das centrais no Congresso Nacional, em Brasília. E para dia 9 de abril está prevista a 9ª Marcha da Classe Trabalhadora, em São Paulo.
Ausências
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) não vai somar forças ao ato desta sexta-feira. Segundo o coordenador estadual do movimento em São Paulo, Josué Rocha, o MTST está organizando mobilizações da Frente Nacional de Resistência Urbana, que vão ocorrer na próxima semana. “Estamos construindo a Frente pelas Reformas em conjunto com as entidades que vão para a rua hoje. Em breve teremos ações conjuntas, mas não vamos hoje”, explicou.
Rocha afirmou que o MTST vê com preocupação as mobilizações organizadas com objetivo de derrubar a presidenta. “Nós somos críticos ao governo Dilma, mas pode ter certeza que não aceitaremos o golpismo que está se articulando”, afirmou.
As mobilizações contra ou a favor do impeachment, em defesa da Petrobras e contra o ajuste fiscal, no momento, estão fora da pauta do Movimento Passe Livre (MPL). “A gente nem sequer discutiu essa questão no movimento”, disse a militante Monique Félix.
LOCAIS DE MOBILIZAÇÃO EM TODO O PAÍS
Acre – Rio Branco – em frente ao Palácio – 9h
Alagoas – Maceió – Praça Sinimbu – 9h
Amazonas – Manaus – Concentração na Praça da Polícia – 15h
Amapá – Macapá- Concentração na Praça da Bandeira – 8h
Caminhada até a Praça do Forte – 10h
Bahia – Salvador – Itaigara – em frente ao prédio da Petrobras – 7h
Caminhada saindo do Campo Grande – 15h
Ceará – Fortaleza – Praça da Imprensa – 8h
Distrito Federal – Brasília – Rodoviária – 17h
Espírito Santo – Vitória – Em frente à Universidade Federal do Espírito Santo – 16h30
Goiás – Goiânia – Coreto da Praça Cívica – 10h
Maranhão – São Luís – Panfletagem na Praça Deodoro – 7h – concentração na Praça João Lisboa e passeata na Rua Grande até o final da mesma rua Canto da Viração – para o ato político – 15h
Minas Gerais – Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos – 16h
Mato Grosso –Cuiabá – Praça da República – 11h
Mato Grosso do Sul – Campo Grande – Praça do Rádio – 9h
Pará – Belém – Praça da República – 15h
Paraíba – João Pessoa – Em frente ao Cassino da Lagoa – 15h
Paraná – Curitiba – praça Santos Andrade – 17h
Pernambuco –Recife – Parque 13 de Maio, Santo Amaro – 7h
Piauí – Teresina – Praça da Liberdade – 15h
Paraná – Curitiba – Praça Santos Andrade – 17h
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – Cinelândia – 15h
Rio Grande do Norte – Natal – em frente à Catedral – 16h
Roraima – Seminário das 18 às 22 horas, no auditório da CUT/RR
Santa Catarina – Florianópolis – em frente à Catedral – 14h
Sergipe – Aracaju – Praça Camerino – 14h
Tocantins – Concentração no Posto do Trevo 2, caminhada na Avenida Tocantins, em Taquaralto, até a Praça da Igreja São José – 15h30