Os espanhóis reprovam hoje, em sua maioria, a atuação de seus partidos tradicionais, segundo pesquisa da Sigma Dos que outorga maior intenção de votos ao Podemos, um partido recente na cena política.
A nova organização, nascida em parte dos movimentos de indignados que percorreram as ruas há dois anos contra a política neoliberal, obteria 28,3 por cento dos votos e conseguiria a vitória eleitoral, de acordo com a pesquisa.
As intenções de voto do Podemos é quatro vezes maior que a obtida nas eleições de maio passado ao Parlamento Europeu, quando com apenas quatro meses de criação ganhou 1,2 milhões de eleitores, cinco eurodeputados e se localizou como quarta força mais votada.
O estudo realizado a um ano das eleições gerais espanholas localiza atrás o dirigente Partido Popular com 26,3 por cento e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) com 20,1 por cento dos votos.
A pesquisa realizada para o jornal El Mundo localiza atrás o centro-dereichista União Progresso e Democracia (UPyD) com 4,5 por cento e Esquerda Unida com 4,2 por cento.
Também teriam representação parlamentar Convergência e União (CiU) com três por cento, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) com 2,8 por cento; Ciutadans (C’s) com 2,5, Partido Nacionalista Basco (PNV) com 1,1 e Amaiur com um por cento.
O cenário confirma a tendência de levantamentos mais recentes e abre as portas na política espanhola para as alianças de governo que -segundo a pesquisa da Sigma Dos- teria suas alternativas básicas em acordos muito difíceis como Podemos-PSOE ou PP-PSOE.
A pesquisa também localiza em primeiro lugar na aceitação dos líderes políticos, com 4,4 pontos, o secretário geral do Podemos, Pablo Iglesias, um professor universitário e habitual participante em comentários na televisão com um discurso inovador e desenfadado.
Seguem-no o secretário geral do PSOE, Pedro Sánchez com 4,1 pontos; Rosa Díez (UPyD), com 4,1; Albert Rivera (C’s), com 3,9; Cayo Lara (EU), com um 3,7; todos à frente do atual presidente do Governo, Mariano Rajoy (PP), com 3,6 pontos.
O levantamento feito com mil entrevistas, de 17 a 19 de novembro, reafirma o desgosto da população pela política de cortes de serviços sociais, um panorama difícil de emprego, sobretudo para os jovens e escândalos de corrupção.
A tendência geral acusa pela atual situação tanto o PP como o PSOE, as duas forças que dominam há anos a política nacional, o que é denominado como o bipartidarismo espanhol.