Vítimas puderam fugir enquanto membros do grupo terrorista deixaram o local para enfrentar militares do Exército nigeriano
Do Opera Mundi publicado pelo Brasil de Fato
Segundo fontes de segurança da Nigéria, 63 mulheres, raptadas em junho pelo grupo terrorista Boko Haram no noroeste do país, conseguiram fugir de seus sequestradores. As vítimas escaparam na noite da última sexta-feira (04/04), quando os membros do grupo deixaram o local do cativeiro onde se escondiam para atacar os militares do Exército nigeriano em uma área próxima.
Entre 19 e 20 de junho, o Boko Haram sequestrou cerca de 90 pessoas — mais de 60 mulheres, enquanto já mantinha detidas as mais e 200 capturadas no mês de abril.
“Acabo de receber o alerta, da parte dos meus colegas da região de Damboa, que 63 mulheres raptadas estão de regresso a casa”, disse hoje à imprensa Abbas Gava, um representante das milícias locais do estado de Borno, que trabalham em estreita colaboração com as forças de segurança.
“Elas tiveram um grande gesto de coragem e conseguiram fugir quando os seus sequestradores não estavam”, acrescentou Gava, de acordo com a AFP.
Na sexta-feira à noite, registaram-se confrontos, após um ataque de insurgentes na cidade de Damboa, no qual 50 islamitas foram mortos, segundo o Exército.
20 mil vítimas em 5 anos
O sequestro de 200 meninas na escola de Chibok, também no estado de Borno, aconteceu no dia 14 de abril e paradeiro da maioria das vítimas segue desconhecido.
O Boko Haram, que, nas línguas locais, significa “educação islâmica não é pecado”, luta para impor um Estado islâmico na Nigéria — país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul. Segundo autoridades nigerianas, o grupo foi responsável pela morte de 12 mil pessoas, além de ter deixado mais de 8 mil feridos nos últimos cinco anos.