Exército israelense bombardeia intensamente a região há dois dias, enquanto Hamas lança mísseis contra Israel. Mais de 40 palestinos já morreram, inclusive mulheres e crianças. Potências ocidentais pedem moderação.
O fogo-cruzado entre palestinos e israelenses na Faixa de Gaza se intensificou nesta quarta-feira (09/07). A Força Aérea de Israel bombardeia a região a intervalos de cinco minutos, aproximadamente. Em contrapartida, militantes palestinos continuam lançando mísseis sobre o território israelense.
“Nós decidimos intensificar ainda mais os ataques ao Hamas e a organizações terroristas em Gaza. As forças de defesa de Israel estão preparadas para qualquer opção. O Hamas pagará um preço alto por atirar contra cidadãos israelenses”, declarou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Pelo segundo dia consecutivo de conflito, mísseis disparados contra Tel Aviv são interceptados pelo sistema antimísseis Iron Dome. Militares afirmaram que somente nesta quarta-feira 48 mísseis atingiram Israel e outros 14 foram pegos pelo Iron Dome.
O Exército também informou ter bombardeado 550 alvos pertencentes ao Hamas, incluindo 60 lançadores de mísseis e 11 casas de membros da liderança. Autoridades palestinas contestam a informação, porém, afirmando que no mínimo 25 residências ficaram danificadas ou destruídas, nem todas pertencentes a militantes.
Desde a noite de terça-feira, a Força Aérea de Israel lançou mais de 400 toneladas de munição sobre a Faixa de Gaza, segundo o jornal israelense Ha’aretz. Líderes israelenses já alertaram quanto a um conflito prolongado e uma possível invasão por terra do território palestino, caso os disparos prossigam. O gabinete de segurança de Netanyahu aprovou a mobilização de 40 mil reservistas.
Negociação de paz
Após um encontro de emergência com a liderança em Ramallah, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, condenou o bombardeio pelo Exército israelense: “O assassinato de famílias inteiras é genocídio, que está sendo praticado por Israel sobre nosso povo”, condenou.
Segundo autoridades palestinas, em dois dias de conflito mais de 40 cidadãos já morreram na região dominada pelo Hamas. A grande maioria eram civis, incluindo mulheres e dez crianças. Mais de 300 pessoas ficaram feridas. Do lado de Israel, não houve mortes ou feridos graves, informa a imprensa local.
O atual conflito entre Israel e a Faixa de Gaza é o mais sério desde a Guerra dos Oito Dias, em 2012. O estopim das ofensivas foi o rapto e morte de três jovens israelenses na Cisjordânia. Os Estados Unidos e a União Europeia advertem contra uma escalada de violência, pedindo moderação aos dois lados, com vista a um cessar-fogo. As negociações de paz entre Israel e palestinos, mediadas pelos EUA, fracassaram em abril.
O presidente americano, Barack Obama, enfatizou que seu país continua apoiando uma solução para a paz na região, que inclua coexistência de dois Estados. “A única solução é um Estado democrático judeu que viva em paz e segurança, lado a lado, com um Estado palestino independente e estabelecido”, escreveu o chefe de Estado em artigo a ser publicado nesta quinta-feira pelo semanário alemão Die Zeit.
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