Começou ontem, dia 1 de Maio, na cidade do Porto (Portugal), a exposição evocativa dos 30 anos de atividades do Partido Humanista (PH) no mundo, sob o título “Uma voz adiantada no tempo”. A exposição está a ter lugar em instalações do Sindicato dos Enfermeiros e durará até ao próximo dia 4 de Maio, podendo ser visitada entre as 11h e as 22.30h, salvo no domingo, em que encerrará às 19h.

Na brochura que se distribui aos visitantes, pode ler-se o seguinte texto de apresentação:

“Ao princípio eram apenas cinco pontos básicos: a não-violência ativa; o ser humano como valor central; o sistema cooperativo; a não-discriminação e o princípio de opção e não-monopólios.

A este simples, mas ao mesmo tempo completo ideário, juntou-se o entusiasmo de uma geração jovem à procura de uma alternativa ideológica, insatisfeita com a paisagem social e política que lhe era dada a viver, após os fracassos do guerrilheirismo, das experiências psicadélicas e do socialismo real.

Esta nova sensibilidade confluiu de muitas partes do mundo para Florença, em Janeiro de 1989, para o 1º Congresso da Internacional Humanista, onde foram aprovados os documentos que conformavam uma nova ideologia política, baseada no Humanismo Universalista proposto por Silo.

A partir daí, desprende-se uma história de tentativas e fracassos, de acertos e erros, de aprendizagens e ensinamentos, de diferenciações e convergências, que se procura contar sumariamente nesta exposição.

Nesse processo, o Partido Humanista (PH) foi parte ativa no derrube da ditadura chilena; influiu na abertura ao pluralismo democrático dos regimes políticos africanos; dialogou com a “Perestroika” de Gorbachev na ex-URSS; participou no aprofundamento dos processos democráticos na América Latina; incentivou os processos de integração regional na Europa e na América do Sul; fez campanha pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez e pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo; reclamou direitos para os imigrantes; foi um dos promotores da Marcha Mundial pela Paz e a Não-Violência que percorreu o planeta entre 02/10/2009 e 02/01/2010; ajudou à criação de parques de estudo e reflexão em todos os continentes; e foi pioneiro na denúncia do advento da ditadura dos “mercados financeiros” e na reivindicação da democracia real, ao mesmo tempo que trabalhou sempre na base social para construir um futuro concordante com as melhores aspirações do ser humano.

Por isso, esta é também a história de milhares de pessoas comuns que viram no Humanismo Universalista a possibilidade de levar adiante uma vida coerente e com sentido, compreendendo que não haverá verdadeiro progresso se não for de todos e para todos”.

A exposição está distribuída por dois pisos e vinte e três painéis, que procuram documentar, com fotografias, cartazes, folhetos e recortes da imprensa, alinhados cronologicamente, a caminhada do Partido Humanista ao longo destes trinta anos – com destaque para os acontecimentos aludidos no texto acima transcrito – terminando com uma alusão aos parques de estudo e reflexão como lugares de inspiração.[media-credit id=1045 align=”alignnone” width=”202″]A3_Laranja[/media-credit]

No dia da inauguração, foi realizada uma sessão de abertura que contou com a participação de Sónia Vieira – comissária da exposição, que falou do processo de concepção e implementação da mesma -, de Emilio Rubio – um dos fundadores do Partido Humanista espanhol em 1984 e do Partido Humanista português alguns anos mais tarde, que deu um testemunho emotivo sobre a sua experiência e saudou o acerto do título da exposição com exemplos concretos -, de Igor Vera – um dos fundadores do Partido Humanista chileno, que relatou a experiência e o significado da constituição de um partido político sob o regime ditatorial de Pinochet, bem como o processo que levou ao afastamento deste da Presidência da República – e de Alice Ribeiro – uma das fundadoras e atual Secretária-Geral do Partido Humanista português, que falou sobre os significados profundos que orientam a ação humanista.

A exposição contará ainda com um evento diário até ao seu encerramento, como resulta do respetivo programa, que pode ser consultado em www.partidohumanista.pt