Presidente russo e líderes do governo da península assinam tratado de incorporação da Crimeia à Rússia. Em discurso, Putin critica sanções aplicadas pelo Ocidente.
O Kremlin anunciou nesta terça-feira (18/03) que a Crimeia já é considerada parte da Rússia, intensificando o clima de tensão com o Ocidente. O anúncio foi feito depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado um acordo com líderes da região oficializando a incorporação do território à Federação Russa.
O acordo assinado por Putin e líderes da Crimeia segue o resultado do referendo de domingo, no qual a anexação do território foi aprovada por 96,77% dos votantes na região autônoma, segundo os resultados divulgados pela comissão eleitoral.
Para a Crimeia ser incorporada oficialmente ao território russo, o acordo assinado por Putin ainda tem de ser submetido à Corte Constitucional do país e ser ratificado por ambas as câmaras do Parlamento. O processo, porém, é considerado uma mera formalidade.
Durante seu discurso, o presidente russo negou que o país tenha intenções de invadir a Ucrânia. “Quero que me ouçam: não acreditem naqueles que receiam que, depois da Crimeia, outras regiões se seguirão. A Rússia não quer dividir a Ucrânia. Não precisamos disso”, afirmou o presidente.
O líder russo ainda criticou a ação de países como os EUA, que impuseram sanções à Rússia por conta da crise na Ucrânia. Segundo ele, essas “tentativas do Ocidente de amedrontar” a Rússia são vistas como um ato de agressão. Ele prometeu responder às ações.
Ao reiterar a posição russa de que o novo governo da Ucrânia é ilegal, Putin criticou o apoio dos países ocidentais ao novo governo em Kiev, afirmando que o Ocidente “ultrapassou uma linha vermelha”. Ele voltou a afirmar que o referendo na Crimeia ocorreu em conformidade com o direito internacional.
“Nos corações e nas mentes do povo, a Crimeia sempre foi e continua sendo uma parte inseparável da Rússia”, disse Putin. “Na Crimeia estão os túmulos de soldados russos e a cidade de Sebastopol é a pátria da Frota do Mar Negro”, disse, fortemente aplaudido pelos deputados e senadores.
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