No próximo 4 de maio, celebraremos mais uma vez o Dia do Testemunho, relacionado àquela singular data em que Silo nos transmitiu sua arenga “A Cura do Sofrimento”. Também será prelúdio da comemoração em 2019 do 50º aniversário da mesma.
Alguém poderia se perguntar: Como é que aconteceu aquilo tudo? Fazendo um pouco de história, retrocedamos até o começo dos anos 60 quando o jovem Mario Rodriguez Cobos começou a mostrar seu ponto de vista para os amigos, vizinhos, colegas, que depois tomariam como suas, dando lugar aos primeiros grupos de estudo. Aquilo significou a decisão de deixar outras muitas atividades, como mostra seu comentário na época: “Fiz um reordenamento de minhas verdades internas e me decidi por este caminho”. Mais adiante, depois de numerosas reuniões, retiros, viagens, estudos e experiências ele decidiu realizar seu próprio retiro pessoal, em 1969, numa paragem distante. Foi assim que chegou a este formidável local de Mendoza, Punta de Vacas, onde se estabeleceu sozinho e construiu sua ermita como lugar de meditação. Em algum momento cruzou a cordilheira dos Andes(1) , para dar algumas palestras e em outra ocasião recebeu jornalistas, mas continuou instalado na montanha, com suas reflexões.
Terminado aquele verão aceitou falar em público, nesse mesmo lugar, por conta da negativa das autoridades para fazê-lo no centro urbano. Ajudamos nos preparativos e num dia ensolarado de maio ele pode pela primeira vez se dirigir ao público que chegou até esse inóspito local.
Sua voz ecoou com aquela frase: “…Se viestes a escutar um homem…”(2) e tornou-se Silo, pormenorizando seu pensamento sobre a superação da dor e do sofrimento, a urgência da não-violência, descartar o desejo e atender para a necessidade, fechar falsas portas ou prosseguir na história, aprender a amar, elevar o espírito, o corpo e muito mais. Isso tudo num país com tremenda censura e num mundo convulsionado de mil maneiras. Mais tarde ele apresentaria suas revelações em O Olhar Interior.
Tinha iniciado um movimento e corrente de opinião que impulsionaria o Movimento Humanista, tal e como ele asseverou “Se tivéssemos achado uma corrente que fizesse eco de nossas propostas com certeza nos teríamos somado; mas, como não havia tivemos que formar a nossa própria.” Continuando sua prédica com aquilo de: “… Falo do que faz livre e feliz o ser humano”. Pois não, trata-se da premissa universal de “Humanizar a Terra”. Mais amigos participam, incorporam e divulgam as ideias. Nasce o Siloismo. Passaram-se 30 anos para que voltasse a dissertar, em 99, começando com um impactante “Aqui estamos de novo!”(3). Cinco anos depois expõe novamente na celebração anual de mensageiros, com um rotundo: “Fracassamos, mas insistimos!”(4)(Já que no panorama mundial se empodera o auge da violência e os conflitos em geral, apesar dos esforços realizados). Posteriormente, nas Jornadas de Inspiração espiritual, em maio de 2007(5) ele nos recomenda a Reconciliação como experiência espiritual profunda, considerando que não há avanços na liberação pessoal e social sem uma reconciliação interna de grande profundidade. Tudo isto está incluído no texto “A céu aberto”(6).
Estas são breves menções do realizado neste lugar de altos cumes, com um desenvolvimento de atividades que abrangem mais de quatro décadas. Silo cobriu todos os cantos do planeta com grande variedade de temas, em numerosos encontros, entrevistas, palestras, atos e eventos. Ele nos deixou sua magnífica obra em diversos textos, como autor prolífico e inspirador, tanto no campo do Novo Humanismo como em sua contribuição para a nova espiritualidade, com “A Mensagem de Silo”.
Isso tudo faz dele um ser excepcional, de personalidade paradigmática, sábio autentico, guia inquestionável que nos comove e alenta. Que não deixou um dia sequer de sua vida de aprofundar e expressar, generosa e desinteressadamente, seus descobrimentos com futuro, para o bem de todos. Por isso, Obrigado, Silo!.
Anexo este convite:
Caros amigos, por motivo desta data, tão significativa para nós, gostaríamos de fazer um significativo encontro no Parque Punta de Vacas para celebrar.
As Comunidades da Mensagem de Silo de Mendoza te convidam para participar dia 4 de maio de 2014 no Parque Punta de Vacas, ao meio dia. Quem quiser, pode dar seu testemunho e enviá-lo para : testimonios.pdv@gmail.com
Os testemunhos serão compartilhados na Sala nesse dia.
Também será possível realizar outras atividades como visitas guiadas, percursos, cerimônias, audição da arenga e comida conjunta.
Te esperamos.
Comunidades da Mensagem de Mendoza
Paz , Força e Alegria!
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1- Ficando seu discurso registrado como Diálogos da Isla Negra (pelo nome da localidade na costa chilena) no apócrifo texto de Silo e a Liberação.
2- A Cura do Sofrimento. Punta de Vacas, 4 de maio de 1969
3- Palavras de Silo por motivo do ato recordatorio do trigésimo aniversario –Punta de Vacas, 4 de maio de 1999.
4- Palavras de Silo por motivo da primeira celebração anual da Mensagem de Silo. Punta de Vacas, 4 de maio de 2004.
5- Dias de Inspiração espiritual, Punta de Vacas, Argentina, 3,4 e 5 de maio de 2007.
6- E na seção “Hitos”, de www.Silo.net