Brasília, 14 fev (Prensa Latina) O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Brasil conclui no dia 14 seu sexto Congresso Nacional com a adoção de um documento final que demanda uma Reforma Agrária e a democratização do campo.
Depois de quatro dias intensos, os 15 mil participantes neste encontro, celebrado no ginásio Nilson Nelson, definirão seus objetivos e linha de trabalho para os próximos cinco anos tendo em vista avançar o processo de entrega de terras e melhores condições de vida nas zonas rurais.
“Entre as prioridades aparece garantir um pedaço de terreno para as mais de 100 mil famílias que vivem em acampamentos precários”, destacou Diego Moreira, um dos coordenadores deste conclave que reúne trabalhadores do campo de 23 estados brasileiros.
“Muitas pessoas sem terra carecem de moradias há oito anos e residem em casas de campanha, pois o governo não foi capaz de resolver o problema social e político das zonas rurais”, sublinhou Moreira.
“Vamos intensificar a luta, procurar a integração dos agrupamentos sociais para reclamar nossos direitos e forçar à instauração de tribunais de justiça para castigar a prática criminosa e a implementação da Constituição Federal, a qual estabelece em alguns de seus pontos a expropriação de terras com fins de Reforma Agrária”, considerou.
O movimento solicitou ainda ao Governo um aumento dos recursos para programas sociais, construir 120 mil moradias nos assentamentos da Reforma Agrária e acesso a propostas governamentais como Minha casa, minha vida.
Os delegados do Movimento de Trabalhadores Sem Terra escutaram ontem as experiências de luta de convidados nacionais e estrangeiros e analisaram a conjuntura internacional.
O MST respaldou o processo de integração regional que avança na América Latina e o qualificou de fundamental para garantir seus objetivos e a soberania alimentar regional.
“Unidos defenderemos melhor nossos recursos naturais, as riquezas, tradições e costumes”, ressaltou Emir Sader, analista político, que reiterou a importância da unidade latino-americana como forma de assegurar a independência.