[divide][clear]
Bogotá, 21 out (Prensa Latina) Depois da assinatura de um pré-acordo que permitiu levantar os bloqueios nas vias, o governo colombiano e delegados de comunidades indígenas continuarão hoje na mesa de negociações a procura de soluções aos problemas pendentes.
Oito dias depois de ter começado o protesto social e popular com mais de 100 mil representantes de 102 povos originários, duramente reprimido pela força pública, ontem os indígenas avisaram que, se os diálogos não prosperarem, voltarão às estradas, segundo meios de difusão locais.
O representante indígena paez Feliciano Valencia, Prêmio Nacional da Paz e candidato presidencial pelo movimento País Comum, afirmou em uma mensagem no twitter que foram desocupadas as vias “mas não nos retiramos do lugar até que o Governo cumpra”.
Durante toda a jornada de ontem, o ministro do Interior Aurelio Iragorri junto a outros representantes do Governo, a Defensoria do Povo e os líderes indígenas se reuniram em La María, em Piendamó, um dos lugares mais representativos para o povo paez.
Os indígenas concordaram em desbloquear as estradas, ocupadas há quatro dias em vários pontos do país, e a equipe governamental em desmilitarizar os lugares onde se encontram mobilizados.
No centro das reivindicações das comunidades estão cinco pontos: direitos humanos, territorialidade, autonomia, política mineiro-energética e política agrária e econômica. Os nativos saíram às ruas para pedir ao Governo de Juan Manuel Santos o cumprimento de 96 acordos contemplados no Plano de Desenvolvimento Nacional.
Queremos recuperar o território, porque precisamos de educação e saúde, fazer uma proposta frente aos Tratado de Livre Comércio e o processo de paz, expressou em dias recentes à agência Colprensa Claudio Poloche, representante da associação de Cabildos Autônomos de El Tolima.
A mobilização, que começou de maneira pacífica, foi ganhando força em mais de 20 departamentos (estados colombianos) apesar das arremetidas do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios com balas de borrachas, gás lacrimogêneo, canhões de água e inclusive com armas de fogo, deixando mais de 100 feridos, vários deles em estado grave.
Ontem, a Organização Nacional Indígena denunciou também as ameaças de grupos paramilitares contra os líderes do protesto, declarados alvo militar se não abandonassem em 24 horas a manifestação.