Brasília – Manifestantes no Chile foram reprimidos hoje (8) com gás lacrimogêneo por forças policiais, nas ruas de Santiago, a capital do país. Os participantes da marcha protestavam em homenagem às vítimas da ditadura militar chilena (1973-1990). A estimativa é que mais de 3 mil pessoas tenham morrido ou desaparecido durante o período.
No dia 5, policiais chilenos reprimiram uma manifestação estudantil destinada a cobrar mudanças no sistema educacional do país. Os protestos no Chile, principalmente relativos às cobranças por melhorias na área de ensino, têm sido frequentes.
Na semana passada, a Associação Nacional dos Magistrados do Poder Judiciário do Chile pediu perdão pela “omissão” durante a ditadura, comandada por Augusto Pinochet. Foi a primeira vez que ministros, desembargadores e juízes reconheceram suas falhas. Durante o regime militar houve cerca de 5 mil pedidos de proteção para desaparecidos ou pessoas detidas ilegalmente que foram rejeitados pelos tribunais chilenos.
Em comunicado, a associação lamenta a demora em reconhecer a omissão. “Chegou a hora de pedir perdão às vítimas, aos seus parentes e à sociedade chilena”, diz o texto, acrescentando que não é possível fugir às responsabilidades dos tribunais durante a ditadura, que “desconsideraram” alguns dos direitos humanos básicos.
Por Renata Giraldi, repórter da Agência Brasil