Do Opera Mundi
Os Estados Unidos aprovaram de última hora um plano de voo para as autoridades venezuelanas, informou o Departamento de Estado norte-americano nesta sexta-feira (20/09), permitindo que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pudesse voar sobre Porto Rico a caminho da China.
Washington disse à Venezuela, na quinta-feira à noite (19), que a permissão foi concedida apesar de um pedido formal não ter sido devidamente apresentado, segundo comunicado da porta-voz do Departamento de Estado Marie Harf.
Maduro disse em um post no Twitter por volta das 22h30 (horário local) de quinta-feira que tinha deixado a Venezuela a caminho de Pequim. Mais cedo, Caracas havia dito que os Estados Unidos haviam proibido o avião de Maduro de sobrevoar o espaço aéreo norte-americano a caminho de uma visita de Estado à China neste fim de semana.
O líder venezuelano considerou a decisão um ato de agressão. Durante encontro com governadores na quinta, transmitido pela televisão estatal do país, Maduro se referiu ao caso: “Ordenei que façam alguma coisa, um percurso maior. Mas o governo dos EUA não vai nos impedir de ir à China”, disse.
Ele chegou a pedir que o chanceler venezuelano Elías Jaua “tome as medidas necessárias” e, se for o caso, “medidas políticas”. “Não aceito que os EUA neguem o visto a meus funcionários, se tiver que tomar medidas diplomáticas, tomarei. Os EUA não são donos da ONU”, protestou, complementando: “Não podemos permitir que os EUA condicionem o acesso à ONU a nenhum chefe de Estado”.
Controvérsia
Harf disse que a Venezuela não seguiu os passos apropriados em seu pedido de passagem do avião, notificando os EUA com apenas um dia de antecedência, em vez dos três exigidos. “Além disso, o plano em questão não era para uma aeronave do Estado, o que é necessário para a autorização diplomática”, disse ela em um comunicado.
“Apesar de o pedido não ter sido devidamente apresentado, as autoridades norte-americanas trabalharam com autoridades venezuelanas na embaixada da Venezuela para resolver o problema. Autoridades norte-americanas fizeram um esforço extraordinário para trabalhar com as autoridades competentes para conceder a autorização de sobrevoo em questão de horas”, disse Harf.
Segundo o encarregado de Negócios da Venezuela em Washignton, no entanto, a solicitação “estava apegada às normativas que os voos diplomáticos nos EUA requerem”. “Todos os voos internacionais requerem permissões rotinárias feitos por via informática. Há uma experiência em relação a estas questões”, afirmou em declarações à emissora estatal.
Ortega ressaltou ainda que os Estados devem facilitar e dar garantias a comitivas governamentais para a participação em eventos de organismos multilaterais. Apesar do incidente, Maduro irá a Nova Iorque entre terça e quarta-feira da semana que vem para a Assembleia Geral da ONU, após sua visita à China.
O incidente foi a mais recente disputa diplomática entre Estados Unidos e Maduro, que entrou em conflito várias vezes com Washington desde que assumiu a Presidência, em abril, após a morte de Hugo Chávez.
Por Opera Mundi publicado pelo Brasil de Fato