Washington, 31 jul (Prensa Latina) O soldado Bradley Manning enfrenta-se hoje a uma possível sentença de 136 anos de prisão depois que uma corte marcial nos Estados Unidos o considerou culpado de 20 acusações, incluído espionagem e roubo de material federal.
Um juiz militar de Fort Meade, Maryland, iniciou nesta quarta-feira a fase final de um processo judicial com muitos ingredientes políticos porque Washington trata de diminuir o impacto nas massas de filtrações de inteligência e difusão de documentos secretos.
Pese a que foi desestimado o cargo de colaboração com o inimigo, que supunha pena de morte ou corrente perpétua automática, Manning ainda está em perigo de passar o resto da vida fechado e sem direito a apelação ou liberdade baixo condicional.
O ex-analista do exército tinha sido processado por 22 acusações por seu suposto vínculo com o médio digital Wikileaks em uma operação pela qual milhares de arquivos diplomáticos estadunidenses foram entregues a diários internacionais.
A administração do presidente Barack Obama busca conseguir a máxima condenação para o soldado, quem tem permanecido encarcerado ha três anos, quando foi posto baixo custodia no Iraque, denunciaram especialistas jurídicos.
Segundo o meio alternativo CounterPunch.org e advogados da defesa, o governo norte-americano faz questão de chamar inimigos” aos centos de milhares de pessoas no mundo revoltadas devido aos terríveis atos militares realizados por Estados Unidos.
Ativistas de direitos civis em 30 cidades do mundo marcaram o 23 de fevereiro último como o dia do não encarceramento sem julgamento para Manning.
Dúzias de manifestantes reuniram-se em praças públicas de Nova York, Califórnia, Denver, Filadelfia, neste país, e também em Roma e Sydney, de acordo com meios alternativos de imprensa como AlterNet e Raw Store.
O experiente informático foi inculpado, entre outros expedientes, pela difusão de dados e reportes federais que detalham ações de ingerência do Departamento de Estado e de Defesa em múltiplos territórios estrangeiros.
Manning caiu baixo perseguição do Pentágono sobretudo pela revelação de um vídeo titulado Collateral Murder (Assassinato Colateral), o qual mostra a helicópteros quando interceptam a um grupo de iraquianos, presumem que são insurgentes e decidem abrir fogo contra a multidão.
Essa filmagem foi tomada em Bagdá o 12 de julho de 2007, e nela pode se ver como duas aeronaves estadunidenses disparam contra homens, meninos e mulheres desarmados entre os que se encontravam dois jornalistas de Reuters.
Momentos após os assassinatos, uma camioneta chega para tentar resgatar aos feridos mas também é vítima dos canhões norte-americanos.
Desde faz cinco meses a defesa pediu a um tribunal que o imputado fosse liberto de todos os cargos porque os promotores violaram regras elementares no procedimento penal.
O tempo de prisão que decorreu sem julgamento representou um deboche para nossos requerimentos na administração de justiça, todos sabemos que o limite autorizado são 120 dias, sublinhou o advogado defensor David Coombs.