Bolivianos foram flagrados em situação semelhante à escravidão em oficinas que confeccionavam peças para as marcas Le Lis Blanc e Bo-Bô. Caso é similar ao da grife espanhola Zara fagrada em 2011 pelo MPT
O Grupo Restoque, dono das grifes de luxo Le Lis Blanc e Bo-Bô, pagará R$ 1 milhão por danos morais coletivos pelo trabalho semelhante à escravidão em sua cadeia produtiva. O valor da indenização foi fixado em termo de ajuste de conduta (TAC) assinado com o Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT-SP).
Em julho deste ano, 28 bolivianos, que confeccionavam peças para o grupo, foram flagrados em situação de exploração em oficinas nas zonas leste e norte da capital paulista.
Na época, a companhia apontou não ter conhecimento do ocorrido e chegou a pagar R$ 600 mil a títulos de verbas trabalhistas e rescisórias.
O acordo estabelece que a empresa fiscalize e fique responsável pelas condições de trabalho em toda a sua cadeia produtiva. O grupo terá que garantir o cumprimento da jornada legal de trabalho de oito horas diárias, proibir a contratação de menores de idade e o aliciamento de trabalhadores.
O caso é similar ao da grife espanhola Zara, que foi flagrada com trabalho semelhante à escravidão, em 2011, em Americana (SP). No episódio, 51 trabalhadores foram resgatados, sendo 46 bolivianos.
De São Paulo, da Radioagência NP, Leonardo Ferreira.