O fundador da organização WikiLeaks, Julian Assange, afirma que a população mundial está em dívida para com o analista informático Edward Snowden, que aponta como responsável pela reforma do programa de espionagem anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos.
Para Assange, as medidas avançadas por Barack Obama “validam o papel de Edward Snowden” como whistleblower (denunciador de comportamentos alegadamente ilegais ou desonestos por parte de uma organização).
“Estão a surgir reformas, e o Presidente e o povo americanos, assim como a população mundial, estão em dívida para com Edward Snowden” – sem as denúncias deste antigo analista da Agência de Segurança Nacional, os programas de vigilância e espionagem dos Estados Unidos não teriam sido revistos, considera Julian Assange.
Na sexta-feira, o Presidente Barack Obama anunciou “quatro passos concretos” para tornar o programa de vigilância da Agência de Segurança Nacional “mais transparente” e para transmitir “mais confiança” aos cidadãos norte-americanos.
Sem nunca deixar de sublinhar que não considera o jovem norte-americano um whistleblower — e, como tal, não merecedor de protecção legal —, o Presidente dos Estados Unidos acabou por reconhecer que a “reavaliação” dos programas de vigilância que anunciou foi “apressada” pelas revelações do antigo analista contratado pela Agência de Segurança Nacional.
Para a Casa Branca, a fiabilidade dos programas de vigilância não levantam dúvidas, mas a “falta de confiança” do povo americano tornou necessária a aprovação de medidas que “reforcem a transparência”.
“Não é suficiente que eu, como Presidente, tenha confiança nestes programas; o povo americano também precisa de se sentir confiante”, afirmou Barack Obama.