La Paz, 19 jul (Prensa Latina) O destacado escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano recebeu a medalha Juan Azurduy de Padilla, a máxima condecoração entregue pela Universidade Andina Simón Bolívar, da cidade de Sucre.
A cerimônia foi realizada no Salão de Honra da universidade mencionada, onde o autor de ‘As Veias Abertas da América Latina’ falou sobre seu último livro, ‘Os Filhos dos Dias’, depois de receber a condecoração das mãos do reitor José Luis Gutiérrez.
“Cada dia nasce uma história. Já os filhos dos dias estão se lançando ao caminhar”, afirmou o intelectual uruguaio, que está na Bolívia desde o começo da semana.
Galeano relatou como em “agosto 13 de 1816, o Governo de Buenos Aires outorgou o grau de tenente coronel a Juana Azurduy, em virtude de seu esforço heroico. Na Guerra da Independência, ela liderou os guerrilheiros que libertaram o Cerro de Potosí das mãos espanholas”.
“As mulheres estavam proibidas de se meter nos assuntos masculinos da guerra, mas os oficiais homens não tinha mais remédio que admirar o que chamavam de viril coragem desta mulher”, destacou.
O escritor continuou seu relato: “depois de muito galopar, quando já a guerra tinha matado seu marido e cinco de seus seis filhos, também Juana morreu, morreu na pobreza, pobre entre os pobres e foi lançada em uma fossa comum”.
“Quase dois séculos depois, o governo argentino presidido por uma mulher, ascendeu Juana ao grau de Generala do Exército em homenagem a sua valentia feminina”, destacou Galeano em referência à heroína, em cuja honra foi condecorado.
Por último, o reconhecido intelectual destacou que “o mundo se divide, sobretudo, entre indignos e indignados, e já cada um saberá de que lado quer ou pode estar”.