Mais de mil pessoas fecharam a Berrini, principal avenida das multinacionais, para protestar na sede da rede Globo em São Paulo. Todos juntos contra a manipulação da mídia, encabeçada por este império chamado rede Globo, construído nos anos da Ditadura, da qual foi um importante suporte. Fato devidamente denunciado em cartazes, gritos e até num samba enredo da bateria do Levante Popular da Juventude.
Apesar de muito bem guardada por dezenas de policiais militares, paramentados como Tropa de Choque, o prédio foi invadido no que tem de mais importante, o símbolo. Um dos pontos altos foi a projeção no prédio, em letras gigantes “GLOBO MENTE”, “GLOBO SONEGA”. Referência a um processo que misteriosamente sumiu, em que a Globo foi condenada a pagar uma milionária multa por usar um paraíso fiscal. Este fato, oculto até pouco tempo, aconteceu em 2002, para as transações financeiras relacionadas com a Copa do Mundo daquele ano.
Outro fato marcante foi quando rebatizaram a avenida e a ponte que homenageia a família Marinho, dona da Rede Globo. A avenida virou Vladimir Herzog, jornalista assassinado nos porões usados para tortura na Ditadura. Além da brutalidade, o fato ficou muito conhecido porque a mídia da época divulgou uma foto para comprovar o suicídio, na versão da Ditadura. E na foto aparece o homem enforcado porém ajoelhado, numa flagrante manipulação, que terminou desmascarada.
Este ato, decidido em assembléia na Avenida Paulista na semana anterior, faz parte de uma Campanha pela Liberdade de Expressão que defende o Marco Civil para a Internet e a Democratização da Mídia.