Havana, 9 jul (Prensa Latina) As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e o Governo desse país sul-americano concluem hoje mais um ciclo das conversas de paz, que têm como sede a capital cubana desde novembro do ano passado.
No dia 1 de julho, ambas as partes iniciaram o décimo primeiro capítulo das conversas, centradas no segundo ponto da agenda (participação política). O Diálogo tem Cuba e Noruega no papel de garantidores e Venezuela e Chile como acompanhantes.
Durante os dias recentes, a delegação da insurgência divulgou suas 11 propostas mínimas para a reestruturação democrática do Estado e a reforma política, como parte das discussões no tema atual do programa acordado.
No capitalino Palácio de Convenções, sede permanente das aproximações, a equipe da insurgência defendeu que essa reestruturação seja acompanhada da criação de um quarto poder, o Poder Popular.
Entre outros temas, figuraram também a reformulação dos mecanismos de participação cidadã e reforma aos processos de descentralização, reformulação da ordem jurídico-econômica e reconversão das Forças Militares e da Polícia Nacional.
Mencionaram outros tópicos como a reforma democrática à justiça; a eleição popular dos representantes dos organismos de controle e de outras instituições públicas; e a reforma política democrática e eleitoral.
As FARC-EP reiteraram também sua proposta de adiamento do calendário eleitoral e de convocação a uma Assembleia Constituinte, como vias para garantir o sucesso das conversas de paz com o Governo.
A administração recusou em reiteradas ocasiões a possibilidade de uma Constituinte e, por outro lado, referiu-se, no início deste ciclo que termina, que a participação das FARC-EP na política está condicionada a garantias de sua parte de que deixarão as armas.
O chefe da equipe governamental, Humberto de la Calle, indicou que se requerem também garantias por parte do Estado, para sua segurança uma vez que ingressem à vida civil e para que façam oposição dentro da legalidade.
A respeito, o membro da delegação insurgente Pablo Catatumbo assinalou, em junho, que a guerrilha está disposta a deixar as armas em caso de solução política ao conflito.
A agenda das conversas inclui, além da questão agrária (já discutida) e da participação política (em discussão), a atenção às vítimas, o problema do narcotráfico e o fim do conflito armado.