Washington, 14 jun (Prensa Latina) O programa do Pentágono contra os abusos sexuais nas forças armadas estadunidenses é ineficaz e uma despesa inútil, afirma uma carta enviada ao Senado por uma ex-oficial e publicada hoje. A tenente-coronel reformada Sharon Stepp enviou a carta ao presidente interino do senado, Patrick Leahy, na qual manifesta estar farta dos escândalos sexuais que nas instituições militares do país nortenho Stepp declara em sua carta que a partir das suas próprias experiências pode afirmar que o programa de luta contra as condutas sexuais impróprias está desmembrado nacionalmente, os chefes não castigam os culpados, mas os promovem, também não protegem às vítimas nem permitem seu acompanhamento do ponto de vista médico.
A ex-oficial foi coordenadora de resposta e prevenção aos delitos sexuais em uma base aérea da Guarda Nacional do estado de Nova Iorque entre 2006 e 2010.
Durante o tempo que esteve nesse cargo, Stepp informou aos seus superiores vários incidentes de assédio sexual, mas as vítimas nunca realizaram reclamações formais porque temiam represálias que afetassem suas respectivas carreiras militares, e não se tomaram medidas contra os culpados.
A militar reformada disse que apoiava o projeto de lei da senadora democrata Kirsten Gillibrand, recusado pelo Comitê de Serviços Armados da câmera alta nesta semana, que pretendia deixar à rede de comando a faculdade de decidir se se processam ou não os acusados de determinados delitos graves como os ataques sexuais.
Durante uma audiência do Senado na semana passada, o presidente da Junta de Chefes de Estado Maior, general Martin Dempsey, disse que a redução dessa responsabilidade de comando pode afetar a capacidade do chefe para manter a ordem, a disciplina e cumprir as complexas missões que tem diante de um sim.
Nos últimos meses meios de imprensa revelaram vários escândalos sexuais dentro das forças armadas, e um relatório recente do Pentágono reconheceu que em 2012 foram informados mais de 26 mil delitos desse tipo nas instituições militares, o que significou um crescimento de mais de 30 por cento em relação a 2010.