Manifestantes saem às ruas pedindo a renúncia do governo, que está há apenas três semanas no poder. Protestos começaram após controversa nomeação de um deputado para a chefia da agência de segurança nacional.
Milhares de pessoas manifestaram-se nesta sexta-feira (21/06) nas principais cidades da Bulgária, pelo oitavo dia consecutivo, em favor da renúncia do governo do primeiro-ministro Plamen Orecharski – há apenas três semanas no poder –, contra a oligarquia e por mais ética na política.
Entre 7 mil e 10 mil pessoas participaram dos protestos em Sófia, que acontecem desde a sexta-feira passada, apenas quatro meses depois de protestos levarem à renúncia do governo anterior. A maioria dos manifestantes é jovem.
“Exigimos que a oligarquia abandone o poder político para que a Bulgária se desenvolva em conformidade com os padrões europeus”, afirmaram os manifestantes numa declaração difundida nas redes sociais.
“Pertencemos aos que não estão representados no Parlamento. Alguns votaram em partidos que não ultrapassaram a barreira dos 4% nas eleições legislativas de 12 de maio. Outros votaram em partidos parlamentares que iludiram as suas expectativas. Outros não votaram, insatisfeitos com o repugnante espetáculo oferecido pelo poder”, explicaram os manifestantes.
O presidente do país, Rosen Plevneliev, apoiou os manifestantes, afirmando que a Bulgária pode ser orgulhar de protestos democráticos que enviam uma mensagem aos políticos.
As eleições foram antecipadas devido à renúncia do ex-primeiro-ministro conservador Boiko Borissov, em 20 de fevereiro, após manifestações contra a pobreza e a corrupção.
Apenas quatro partidos garantiram representação parlamentar, e os manifestantes exigem agora novas eleições e uma alteração do código eleitoral que favoreça as pequenas agremiações políticas.
Em Sófia, Plovdiv e Varna, milhares de pessoas voltaram às ruas. Na capital, os manifestantes ameaçam bloquear os acessos ao Palácio da Cultura, onde está prevista, para este sábado, uma reunião do Partido Socialista Europeu (PSE) sob a presidência de Serguei Stanichev, o líder dos socialistas búlgaros.
Orecharski, que dirige um governo de coligação apoiado pelos socialistas e pelo partido da minoria turca, foi recebido nesta sexta-feira em Bruxelas pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que lhe pediu para manter “amplas consultas antes de proceder a nomeações decisivas, em particular na luta contra a corrupção e o crime organizado”.
Durão Barroso aludia à nomeação, para a chefia da agência de segurança nacional Dans, de um controverso deputado de 32 anos ligado a um grupo financeiro e mediático. Essa decisão do primeiro-ministro foi uma das causas da nova onda de protestos na Bulgária.
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