Em busca de reposição das perdas salariais, respeito à jornada de trabalho e cumprimento da Lei Nacional do Piso, professores da rede estadual paulista entram em greve. A paralisação tem início com uma passeata na Avenida Paulista, nesta sexta-feira (19).
A categoria exige 36,74% de reajuste salarial e denuncia que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não cumpre o Piso Nacional, definido em R$ 1.567.
Segundo o sindicato que representa os docentes, a Apeoesp, para chegar ao valor de R$ 2.088, que é pago atualmente por uma jornada de 40 horas semanais, foi incorporada nos vencimentos a gratificação geral, que os professores já recebiam.
Outra queixa diz respeito ao Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC), que é o tempo extraclasse. Muitas vezes, ele é utilizado para discutir os problemas da escola, não sobrando tempo para a preparação das aulas e correção de provas.
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, aponta que outro problema é a falta de estrutura nas unidades de ensino. Para ela, a qualidade do aprendizado fica comprometida e os professores acabam sendo responsabilizados.
“Jogar nas costas do professor que o problema da formação dos alunos na e para a cidadania é um problema dele, é tirar das próprias costas a parte que concerne ao Estado, que é dar condições de trabalho para que o professor possa cumprir com um projeto de transformação social.”
A rede pública do estado de São Paulo possui 220 mil professores, entre efetivos e provisórios. Aqueles que não têm vínculo permanente enfrentam piores condições de trabalho e não podem acessar os serviços do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).
Matéria de Jorge Américo, da Radioagência NP, publicada pelo Brasil de Fato