Ramallah, 28 fev (Prensa Latina) O preso palestino notório por sua greve de fome de 211 dias, Samer Issawi, foi transferido do cárcere israelense de Ramle para um hospital, informaram hoje aqui fontes oficiais. A decisão foi anunciada depois que, na semana passada, outro preso palestino que se recusava a ingerir alimentos, Arafat Jaradat, morreu na prisão de Megido e a autópsia revelou que tinha sido submetido a profundas torturas, o que provocou uma explosão de ira nos territórios ocupados.
O preso está em greve de fome por um longo tempo e a equipe médica do Serviço de Prisões decidiu transferi-lo, mas sua saúde é estável, disse uma porta-voz oficial israelense.
Centenas de palestinos em cárceres israelenses iniciaram uma greve de fome na semana passada em solidariedade a Issawi e em protesto pela morte de Jaradat.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusou o premiê israelense, Benyamin Netanyahu, de tentar desatar o caos nos territórios ocupados e pediu à comunidade internacional que condene a violação aos direitos dos palestinos presos sem condenações em cárceres israelenses, ao abrigo da chamada lei de detenção administrativa.
A legislação, decretada pela potência ocupante, autoriza a prisão pessoas de ambos os sexos e de todas as idades apenas por suspeita.
O ministro de Assuntos dos Prisioneiros da Autoridade Nacional Palestina, Issa Qaraqe, confirmou a transferência de Issawi e revelou que existem negociações para resolver o caso, mas que o grevista recusou ser libertado em troca da deportação.