Bogotá, 25 mar (Prensa Latina) O máximo líder da guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN), Nicolás Rodríguez, anunciou aqui que já está pronta uma equipe que participaria de um possível diálogo com o Governo, integrada por líderes da organização.

Em uma entrevista exclusiva publicada hoje no jornal El espectador, explicou que desde outubro passado, quando receberam um chamado do presidente a dialogar, responderam afirmativamente.

Em suas declarações, o chefe do ELN falou sobre a futura incorporação dessa força insurgente à vida política e sua proposta para encontrar uma saída pacífica.

“Todas as gerações, desde os tempos da conquista, vivemos em guerra na Colômbia e a paz tão desejada ainda não chegou. Já no ano passado dissemos ao presidente Juan Manuel Santos e à opinião pública que se é para a paz, contem conosco”, expressou.

Ao ser perguntado qual seria sua proposta para acabar com os conflitos armados, respondeu que o importante para se chegar a um acordo é escutar as comunidades e que sejam elas protagonistas do processo.

Na Colômbia, agregou, todos os setores populares e sociais propuseram suas plataformas através da luta, e retomá-las é urgente.

Sobre a possível integração do ELN à vida política, afirmou que se um provável processo de paz avançasse, “intensificaríamos a atividade política e participaríamos de eleições. Teríamos que adaptar as regras do jogo, porque agora funciona estilo cara-ou-coroa: se der cara, ganham as oligarquias; e se der coroa também”, expressou.

Quando perguntaram sobre a política para extração de minérios e petróleo do país, da qual é um dos maiores críticos, declarou que o Governo do qual a Colômbia precisa deve consultar as maiorias para estabelecer planos estratégicos, econômicos e políticos, e não as multinacionais capitalistas.

Em referência à recente morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, que Rodríguez qualificou como um “gigante bolivariano, antimperialista e socialista que dividiu a história desta América em duas”, considerou que essa perda não afeta o processo de paz colombiano.