Nova Deli, 20 fev (Prensa Latina) Ao redor de 100 milhões de trabalhadores iniciaram hoje na Índia uma greve de dois dias para protestar contra o aumento no custo de vida, a falta de oportunidades de emprego e a corrupção.
Apoiada por todos os sindicatos, excepto os alinhados com o governante Partido do Congresso, a greve evidencia o descontentamento da classe operária indiana, que se sente excluída da prosperidade econômica do país na última década.
A inflação, a falta de investimento no setor público, a violação das leis trabalhistas, os baixos salários e a ausência de seguridade social, levaram os trabalhadores à greve, informou um comunicado do Congresso de Sindicatos de Toda a Índia (AITUC), que tem mais de três milhões e meio de membros.
Um alto nível de participação na greve tiveram os empregados bancários do país, que somam mais de um milhão, devido à sua discórdia com os planos do Governo de abrir aos investidores estrangeiros esse estatizado e até agora protegido setor.
Espera-se um grande apoio também dos trabalhadores do transporte e dos serviços públicos, portos, seguros, mineração e metalurgia, telecomunicações e inclusive de empregados de departamentos dos governo central e estaduais.
Os grevistas exigem a instauração de um salário mínimo nacional, contratos de duração indefinida para 50 milhões de trabalhadores temporários, a observação estrita das leis trabalhistas e uma cobertura universal de seguridade social para os trabalhadores do setor informal.
Também, a aplicação de medidas concretas para conter o constante aumento dos preços, sobretudo de alimentos e combustíveis, o fim da privatização das empresas estatais e a contenção da corrupção.
Se o governo não atender estas demandas depois da greve, vamos intensificar nossos protestos mediante medidas como as greves de fome em massa e outros atos de agitação, advertiu o secretário geral de AITUC, Gurudas Dasgupta.