Paris, 17 jan (Prensa Latina) Trabalhadores da firma francesa PSA Peugeot-Citroen mantêm paralisada hoje pelo segundo dia consecutivo a planta de Aulnay-sous-Bois, no estado de Seine-Saint-Denis, para protestar contra demissões massivas.
Durante a presente jornada, o número de grevistas superou 300, informou Jean-Pierre Mercier, delegado da Confederação Geral do Trabalho nessa indústria.
“Todas as linhas de produção estão detidas”, disse Mercier.
A direção do lugar confirmou a paralisação do trabalho, mas não informou a cifra de trabalhadores em greve.
Os operários protestam contra os planos de desmantelar a fábrica em 2014, o que deixará sem emprego cerca de três mil pessoas.
Segundo alguns sindicalistas denunciaram, a PSA se propõe a despedir os assalariados mais antigos e realocar um pequeno grupo em outras fábricas, com salários mínimos e sem garantia de permanência.
A planta de Aulnay-sous-Bois figura entre os maiores empregadores de Seine-Saint-Denis e seu fechamento agravará os problemas nesse estado, um dos mais pobres do país.
O plano de reestruturação da PSA Peugeot-Citroen prevê também a redução de postos em várias instalações, até chegar à cifra de oito mil.
Outro grupo automobilístico francês, Renault anunciou esta semana a demissão de sete mil 500 empregados durante os próximos quatro anos para reduzir custos e conservar sua competitividade.
De acordo com recentes dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos, durante as últimas três décadas o número de postos de trabalho no setor de manufatura caiu de 5,1 milhões a 2,9 milhões.
Paralelamente, o peso da indústria no valor agregado diminuiu de 20,6 a 10%.
Ainda que o problema tenha começado há mais de três décadas, acentuou-se a partir do ano 2000 e concretamente depois da crise global iniciada em 2008 que afetou o setor, assim como o resto da economia francesa.