Desde a eleição de Evo Morales, a Bolívia começou um processo de afirmação da cultura indígena, representada por mais de 80% de sua população. Um processo difícil, completamente ignorado pela grande mídia que vê a Bolívia com os mesmos olhos dos colonizadores europeus, ou seja, um nação que deve(ria) ser submissa à rapinagem de seus recursos naturais em troca de esmolas. Mas a história avança, apesar das dificuldades e enormes desafios de séculos de importação de modelos políticos, ideológicos, materiais e além da falta de cidadãos formados em outro ótica e da necessária mão de obra especializada.
Mas hoje queremos celebrar, junto com o “coração da América Latina”, uma importante conquista cultural. Sua milenar tradição de uso da folha de coca para mastigação finalmente foi descriminalizada e pelas Nações Unidas! A Convenção das Nações Unidas sobre Entorpecentes aprovou a demanda do governo boliviano com ampla maioria de 169 países contra apenas 15 (entre eles os EUA e seus parceiros constantes, Reino Unido, Canadá, Israel, etc.). Com esta descriminalização, afirmou Evo, se reconhece a identidade cultural e a ancestralidade desta prática.
Foi a primeira vez na história, ainda segundo o presidente boliviano, que a Bolívia consegue mudar uma legislação internacional.
A resolução passará a ter validade a partir de 10 de fevereiro e, com isso, os mastigadores da folha não serão tidos como narcodependentes e nem os produtos como traficantes.
Já são diversos os estudos que confirmam o bem estar à saúde, até mesmo de Harvard que, inclusive, recomenda a ingestão da folha pelas suas propriedades.
Finalmente, destacamos a fala do presidente segundo o qual a conquista não é porque “Evo é presidente” e sim graças à luta do povo.