Para professor da UFABC, as greves e mobilizações demonstram que a crise não é específica de cada país. No “Dia Europeu de Ação e Solidariedade”, sindicatos organizaram manifestações contra cortes de gastos e aumentos de impostos.
Em protesto às medidas de austeridade fiscal, aplicadas pelos governos locais, milhares de trabalhadores do sul da Europa aderiram a greves nesta quarta-feira (14). No denominado “Dia Europeu de Ação e Solidariedade”, sindicatos também organizaram manifestações contra cortes de gastos e aumentos de impostos.
Na Espanha e em Portugal são realizadas greves gerais, enquanto na Grécia, Itália, França e Bélgica ocorrem paralisações ou protestos.
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Giorgio Romano, o movimento de protestos coordenados é fundamental para demonstrar que as consequências da crise não são específicas de cada país.
“Isso é muito importante, porque mostra que a questão não é problema da Espanha, de Portugal, ou da Grécia, é um problema da União Europeia. É importante isso, porque mostra que é um problema geral e não específico de um ou outro país.”
Romano ainda destaca que os protestos são motivados pela contradição das políticas adotadas pelos governos, que ajudam bancos com dinheiro público e em contrapartida promovem cortes de gastos sociais para a população.
“Os trabalhadores estão sentindo que eles estão pagando e os bancos e o setor financeiro que provocaram a crise estão recebendo ajuda para não cair em colapso.”
De acordo com os sindicatos locais, o movimento na Espanha tem adesão massiva nos setores da indústria siderúrgica, automobilística, química e construção civil. Em Portugal, o transporte coletivo está praticamente paralisado.
Nos países da União Europeia a taxa de desemprego atinge 10,6%, e chega a 23,3% entre os jovens. Mais de 25 milhões de pessoas estão desempregadas em toda a zona do euro.
De São Paulo, da Radioagência NP, Daniele Silveira.