Estas palavras foram proferidas pela presidente do Brasil no discurso de abertura da 67ª Assembléia Geral da ONU. Ainda que a retórica de países que não tem direito de veto no reduzidíssimo Conselho de Segurança da ONU pesem pouco nas decisões, é possível celebrar a afirmação de Paz diante da grande possibilidade de uma intervenção direta das potências militares na Síria. O Brasil reafirma sua postura diplomática e o discurso pacifista, ainda que continue sendo um grande produtor e exportador de armas, com uma indústria bélica pouco ou nada conhecida pelos habitantes desse país.
Abaixo segue a matéria de Renata Giraldi, Repórter da Agência Brasil.
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff defendeu hoje (25), em Nova York, na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a busca por uma solução negociada e pacífica para o fim da crise na Síria. Em discurso, Dilma condenou as propostas de intervenção militar no país. Porém, ressaltou que as responsabilidades sobre os 18 meses de conflitos, que causaram mais de 25 mil mortes, recaem sobre o presidente sírio, Bashar Al Assad, e também a oposição.
“Lanço um apelo para que as partes envolvidas nos conflitos deponham as armas e juntem suas forças [em busca de uma solução pacífica]”, disse a presidenta. “Não há solução militar para a crise. A diplomacia e o diálogo são a alternativa.”
A presidenta ressaltou que para o governo do Brasil é inadmissível aceitar violações de direitos humanos identificadas na Síria, como assassinatos, torturas, violência sexual e prisões indevidas. “O Brasil condena a violência que ceifa vidas. A Síria produz um drama humanitário em seu território e seus vizinhos. Recai sob o governo de Damasco as responsabilidades. Mas sabemos também das responsabilidades das oposições armadas.”
Dilma lembrou que a Primavera Árabe, que começou no ano passado gerando protestos e manifestações nos países muçulmanos, é a principal motivadora das mudanças políticas, econômicas e sociais vividas no Oriente Médio e no Norte da África. A presidenta disse apoiar as reivindicações.
“[Essas manifestações] varreram regimes déspoticos e desencadearam processos de transição. Mas não é difícil de identificar um grito de revolta contra a pobreza, o desemprego e à falta de liberdade impostos por amplos governos autoritários”, destacou a presidenta.