Ativistas opositores marcharam hoje para exigir uma lei eleitoral democrática e a realização de reformas prometidas pela monarquia da Jordânia, enquanto a polícia ameaça deter e reprimir aqueles que participarem de ações violentas.
Representantes de organizações de esquerda, islamistas e independentes convocaram manifestações multitudinárias em todo o reino hachemita para protestar contra o que descreveram como reticência das autoridades a emitir uma lei eleitoral democrática.
Na terceira semana consecutiva de mobilizações pela controversa legislação, as coalizões opositoras se concentraram no Oitavo Círculo (uma das grandes rotatórias que definem a cidade) de Amã, acampados contra o regulamento e a repressão dos serviços de segurança.
Com o lema “Sexta-feira para a terra jordana”, organizações populares de várias províncias se uniram a grupos gremiais e seguidores da oposição islamista com chamados à unidade para manter vivo o movimento de protestos iniciado há um ano e meio.
Representantes de tribos e políticos independentes também incentivaram mobilizações para acabar com o controverso sistema de “uma pessoa, um voto”, e exigir a demissão do governo, que recentemente elevou os preços do combustível e da eletricidade.
Os organizadores das manifestações asseguraram que milhares de jordanos saíram às ruas para exigir que as autoridades combatam a corrupção e reduzam os preços.
Na província de Irbid, os opositores coordenaram um “dia de ira” também contra o alto custo de vida e a detenção de 14 ativistas que interceptaram ontem uma caravana de automóveis na qual viajava o premiê, Fayez Tarawneh.
A raiz desse incidente, o general Hussein Majali, chefe da polícia jordana, advertiu que não tolerarão distúrbios nem atos de vandalismo, e “enfrentarão firmemente” os ataques a propriedades privadas, uso de bombas Molotov e obstrução do tráfico.
O rei Abdulah II devolveu ao governo e ao parlamento a polêmica lei eleitoral para que seja emendada, em sintonia com exigências opositoras para eliminar o artigo que limita cidadãos a emitirem só um voto por distrito, para que seja também em nível nacional.
A Irmandade Muçulmana, que qualificou de inaceitável as modificações prévias à lei, exige que 50% dos assentos sejam destinados à lista nacional, mas explicou que é insuficiente se persistir a restrição de votar apenas no nível dos distritos.
Em uma versão emendada esta semana, o Executivo não mudou o sistema de uma pessoa, um voto, e aumentou de 17 a 27 o número de assentos na câmara baixa reservados à representação proporcional nacional, equivalente a 18% dos 150 assentos.
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