Um total de 34 horas de produções internacionais sobre a energia nuclear foram escolhidos pelo júri e apresentados em dois cinemas no belo subúrbio de Santa Tereza. Mais de mil pessoas tiveram a oportunidade de assistir documentários e filmes produzidos no Brasil, Índia, Austrália, Holanda, Reino Unido, Costa Rica, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Rússia, Estados Unidos, Japão, África do Sul, entre outros países, nos quais organizações e produtores denunciam os riscos e perigos associados à indústria nuclear.
URÂNIO 238, filme produzido para o San José Quaker Peace Center, tem duração de 28 minutos e analisa o impacto da utilização de resíduos radioativos nucleares, chamado de “urânio exaurido” em armas convencionais sobre a saúde de civis e militares. “Por meio de entrevistas com soldados e ativistas, este documentário explora os riscos oferecidos à saúde quando esses materiais são ingeridos ou inalados pelas pessoas em zonas de guerra ou áreas de testes”, explicou Ortega.
De acordo com o produtor, o principal objetivo do documentário é apontar os riscos do uso militar do urânio exaurido na Primeira conferência Latino-Americana sobre Armas Nucleares. Este evento foi organizado pelo Quaker Peace Center, International Depleted Uranium Study Team (IDUST) e pelo International Coalition to Ban Uranium Weapons (ICBUW) em San José, Costa Rica no ano de 2009.
Utilizado em 1991 na Guerra do Golfo, no conflito dos Balcãs e mais tarde na segunda invasão do Iraque, este resíduo, perigoso, tóxico e radioativo está associado ao alarmante crescimento das taxas de câncer, má-formação fetal e outros efeitos terríveis à saúde entre as populações civis das zonas de guerra e soldados que são convocados para essas guerras ou vivem próximo aos locais de teste do urânio exaurido, informa Damacio Lopez da DUST.
Este documentário faz parte da campanha mundial para a proscrição do uso de armas nucleares em zonas de conflito. A ICBUW (Coalizão Internacional para a Proscrição de Armas Nucleares) é uma rede global que busca um tratado internacional para o banimento global de armas feitas de urânio exaurido. Como parte desses esforços, os ativistas da paz celebraram no dia 28 de abril de 2011 a aprovação da reforma da Lei de Armas, proibindo o uso, fabricação, trânsito e distribuição de armas nucleares.
“Nosso compromisso com Urânio em Movi(e)mento, organizadores do festival no Brasil, é divulgar as informações reunidas neste festival, que é uma fonte rica para todos aqueles que buscam um mundo livre de resíduos radioativos, comenta Isabel Macdonald do San Jose, Quaker Peace Center da Costa Rica. O Festival do Rio percorrerá São Paulo e outras cidades do nordeste.
“Ficamos muito felizes em receber o prêmio, especialmente em um festival de alcance internacional como esse”, disse o produtor. Produzido para o Quaker Peace Center da Costa Rica com a colaboração da Universidade da Costa Rica, Isabel Macdonald da Quaker Peace Center compareceu para receber o prêmio.
Aqueles que se encontram presentes no Brasil concordam com as palavras do Diretor Geral do Festival, Norbert Suchanek: “Este Festival de Filmes não trata apenas de selecionar filmes, mas o de fazer amigos”. Esses amigos irão levar esses filmes para todos os lugares possíveis, alertando sobre os riscos associados à indústria nuclear.
A equipe do festival convida produtores e entusiastas de todo o mundo a participarem do Segundo Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear a ser realizado nos meses de maio e junho de 2012 no Rio, durante a Conferência Rio+ 20 das Nações Unidas.
Marcia Gomes de Oliveira
Coordenadora Geral
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