O governo brasileiro condenou “de forma veemente”, o golpe de Estado em Honduras que tirou o presidente José Manuel Zelaya do poder neste domingo (28) e pediu que ele seja reposto. “Ações militares desse tipo configuram atentado à democracia e não condizem com o desenvolvimento político da região”, disse o Ministério das Relações Exteriores em seu site. “Eventuais questões de ordem constitucional devem ser resolvidas de forma pacífica, pelo diálogo e no marco da institucionalidade democrática”.
O posicionamento do governo Lula é semelhante a de outros da América Latina, como de Hugo Chávez da Venezuela, Rafael Correa do Equador, e Michelle Bachelet do Chile. O mandatário dos Estados Unidos, Barack Obama também condenou o golpe em Honduras, e marcou assim uma mudança de postura em relação ao seu antecessor, George W. Bush, que costumava apoiar esse tipo de iniciativa.
As manifestações populares e de organizações progressistas também vão se espalhando por vários países. Ontem já foi realizada um protesto na Costa Rica e para esta terça, dia 30 de junho, estão previstas manifestações em diversos países latino-americanos.
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi seqüestrado neste domingo por militares golpistas. Em seu recente discurso na OEA, ele convocou a população do país a adotar as opções não-violentas de desobediência civil e de organização pacífica diante dos acontecimentos que estavam se aproximando.
O presidente Zelaya estava realizando una consulta não vinculante sobre o apoio do povo hondurenho à formação de uma Assembléia Constituinte para reformar a constituição vigente.
Zelaya declarou há algum tempo sua ideologia de esquerda e sua afinidade com os processos impulsionados pelos presidentes Castro, Chavez, Correa, Morales e outros, além de manifestar seu interesse de unir-se à ALBA em outubro de 2008.